Infames pelos relatos de dor extrema e por vezes incapacitante que podem provocar, sendo por vezes consideradas mais agressivas que as dores de parto ou de queimaduras, as chamadas pedras nos rins são uma patologia bastante frequente do aparelho urinário. A esta patologia dá-se o nome de Litíase Renal.
Os rins fazem parte do nosso sistema de filtragem do sangue, retendo água, sais e minerais que são expelidos sob a forma de urina. Quando existe uma grande quantidade de minerais e pouca água para os dissolver, estes sais e minerais ficam saturados e cristalizam, formando pequenos agregados que podem obstruir o sistema urinário. A estas pedras, como vulgarmente são conhecidas, dá-se o nome de Cálculos Renais.
Ainda que seja nos rins onde estas pedrinhas se formam e alojam maioritariamente, estas não se limitam a estes órgãos, podendo por vezes deslocar-se e ficar alojadas nos ureteres e na bexiga. Esta deslocação pelo ureter, que é um canal muito estreito que permite a passagem da urina do rim para a bexiga, por vezes não acontece e o cálculo fica bloqueado, podendo originar episódios de dor intensa.
Os cálculos renais variam bastante de dimensão e vão crescendo ao longo do tempo, se não forem devidamente tratados, podendo ir de poucos milímetros a mais de 10 cm, chegando a ocupar todo o rim. A composição bioquímica das pedras pode também variar, influenciando o tipo de tratamento e resposta necessários para a sua remoção.
Segundo o Instituto da Próstata, “estima-se que esta patologia afecte entre 2 a 3% da população mundial, predominantemente homens caucasianos” e que “a probabilidade de ter um episódio de cólica renal, nos doentes com cálculos, até aos 45 anos, ronda os 9%.”
A manifestação de sintomas dos cálculos renais começa geralmente apenas após a deslocação dos mesmos para fora dos rins. Até esse momento costumam passar despercebidos, desde que a pedra não tenha grandes dimensões.
As sintomatologias das pedras nos rins incluem normalmente:
As causas exactas para o surgimento e aumento das pedras dos rins são difíceis de identificar. Pela sua natureza de crescimento gradual e pela variedade de possíveis factores envolvidos por vezes é apenas possível identificar determinados factores de risco associados às pedras dos rins, tais como:
A Cólica Renal é o nome que se dá ao menos desejável de todos os sintomas das pedras nos rins. Esta acontece quando há efetivamente uma obstrução (total ou parcial) da passagem da urina pelos ureteres.
Ao ficar obstruída, a pedra (ou pedras), que pela sua composição mineral apresenta uma superfície bastante pontiaguda e cortante, origina uma dor aguda e muito intensa na região lombar, tão forte que pode provocar náuseas e vómitos. É considerada uma das dores mais difíceis de suportar, chegando mesmo a ultrapassar os níveis da dor de parto ou até mesmo de queimaduras. A dor pode também irradiar para outras zonas circundantes, como o abdómen e a virilha, não possibilitando ao doente nenhuma posição de conforto.
As pedras nos rins são diagnosticadas por um médico urologista ou de clínica geral inicialmente, através da análise dos sintomas apresentados pelo doente, sendo o mais comum a cólica renal, o que implica que a pedra já tenha um tamanho considerável e que esta análise esteja a ser conduzida numa emergência hospitalar.
É imperativo, para o tratamento eficaz das pedras nos rins, que se determine com exactidão a localização do cálculo e a sua dimensão. Pelo que, após a análise dos sintomas e do historial clínico do paciente, o médico efetua um exame clínico e confirma o mesmo através de alguns exames complementares de diagnóstico. Entre esses exames incluem-se geralmente:
O tratamento da Litíase Renal varia consoante a dimensão, a localização e a composição dos cálculos renais:
Os cálculos renais podem variar bastante de dimensão e o mesmo doente pode ter simultaneamente vários cálculos todos de dimensões diferentes:
A composição dos cálculos renais pode diferir na sua composição bioquímica, podendo afectar diretamente o tipo de tratamento:
Os cálculos renais podem estar alojados em diversos órgãos do sistema urinário, começando pelos rins, cada um com especificidades no que diz respeito à sua remoção:
Na larga maioria dos casos (entre 80% a 85%), os cálculos renais são de tamanhos reduzidos e os níveis de dor são, portanto, toleráveis, pelo que a sua eliminação se alcança esperando que os mesmos sejam eliminados naturalmente pela uretra. Por vezes, certos medicamentos são aplicados no sentido de auxiliar tanto na dor sentida pelo doente como para facilitar a eliminação do cálculo, procurando dissolver o mesmo. O doente pode também, consoante indicação do seu médico, optar pela toma do chá conhecido popularmente como chá de quebra-pedra para auxiliar a dissolução das suas pedras.
Nestes casos menos graves, é pedido ao doente que fique em casa e em repouso, que ingira bastantes líquidos e que respeite as directrizes aconselhadas pelo seu médico no que toca à toma de analgésicos ou antiespasmódicos, e medicamentos que auxiliam a dissolução da pedra. O doente deve também ter cuidados com a sua alimentação, evitando comidas com elevado teor de sódio e proteína.
Nos casos em que as pedras apresentam maiores dimensões ou se encontra no interior dos rins, não sendo, portanto, passíveis de ser expelidas pela uretra sem grande desconforto e dor pelo doente, é necessário recorrer a métodos cirúrgicos de remoção dos mesmos. Entre esses processos podemos encontrar os seguintes:
Ambos os métodos de tratamento (por dissolução e por remoção directa) são bastante eficazes, com elevadas taxas de sucesso. No entanto, uma vez que esta é uma doença causada maioritariamente por maus hábitos, se estes não forem alterados é provável que ocorra uma repetição do quadro clínico.
Um dos mais conhecidos factores de risco na formação de pedras nos rins é a dieta. Ter um papel activo na prevenção, passará por: