Este site utiliza cookies de modo a proporcionar-lhe a melhor experiência de utilizador possivel. A informação proveniente dos cookies é armazenada no seu browser e permite que funções como reconhecer quando você retorna ao nosso site sejam possíveis, permite ainda à nossa equipa compreender quais as secções do nosso site que se revelam com maior interesse e utilidade para os nossos visitantes.
Imunoterapia
Imunoterapia
Imunoterapia: Em que consiste e a quem se destina?
A Imunoterapia é a disciplina médica que procura combater infecções e inflamações e curar doenças aproveitando a capacidade natural do sistema imunitário de se defender. Desta forma, o corpo pode produzir uma resposta imune à doença, aumentar a resistência do sistema imunitário às doenças activas, tais como o cancro, ou modular uma resposta excessiva ou descontrolada, como nas doenças auto-imunes.
O corpo humano produz de forma natural, e em pequenas doses, umas determinadas substâncias geralmente referidas como modificadores biológicos de resposta (BRMs) como reacção a infecções ou doenças. Em laboratório, no entanto, podem ser geradas maiores doses destes BRMs, ou até de facilitadores/moduladores, que são administradas ao paciente, no sentido de potencializar e adaptar a sua própria resposta terapêutica a doenças auto-imunes, crónicas e infecciosas. Esta é a base de uma medicina personalizada, precisa e preventiva.
Explica o Dr. Louis Teulières que “é do consenso médico-científico actual que os aspectos imunológicos metabólicos, tais como as doenças crónicas, auto-imunes e infecciosas, com enfoque nos aspectos inflamatórios, podem estar envolvidos na génese de diversas patologias.
Diante de uma queixa sobre fadiga crónica inexplicável, memória e concentração, ou mesmo distúrbios de comportamento ou raciocínio, será aconselhado procurar sistematicamente um conjunto de factores de alarme:
- deficiências, em particular nas vitaminas B9, B12 e D, de Omega-3 ou de ferro;
- uma doença da tiróide, carências de iodo ou outras funções hormonais (adrenal, ovários);
- uma doença cardiovascular, que pode resultar numa pior circulação sanguínea ao nível cerebral, ou ainda uma insuficiência cardíaca que não permita uma correcta oxigenação do cérebro;
- um choque emocional.
Devem ser igualmente procurados mecanismos imuno-inflamatórios criados por uma infecção crónica que possa estar a actuar com baixo ruído, ou criados pela activação de mastócitos por gatilhos alérgicos e imunológicos.
Os distúrbios induzidos poderão ser variados e de actuação sensorial, motora ou cognitivo-comportamental.
Estes factores de alarme são particularmente importantes a ter em conta no atendimento de crianças com distúrbios de atenção e de desenvolvimento neuropsicológico.
Podem ser obtidos bons resultados sobre outras patologias que podem ter fontes inflamatórias, como são o caso outras condições neuro-degenerativas tais como o envelhecimento cerebral ou dores crónicas.
À medida que a pesquisa avança, começam a surgir numerosas semelhanças que ligam estas doenças entre si, tais como:
- a alteração do metabolismo celular, em particular ao nível mitocondrial;
- mecanismos imuno-inflamatórios, criados por infecção crónica de baixo grau ou activação de mastócitos por gatilhos alérgicos e imunológicos que podem levar à auto-imunidade e a inflamações crónicas locais ou generalizadas, que contribuem para a manutenção da patogénese;
- a inflamação específica das estruturas centrais modifica as capacidades de produção e acção dos neuro-mediadores. Por exemplo, há uma perda da inibição do GABA e, consequentemente, um aumento na hipersensibilidade dolorosa, agitação cerebral e uma ansiedade exagerada. Fica assim explicada a dor ou queima nas descargas, as rajadas e contracturas, o formigueiro.
Estas consideração não se devem limitar a doenças graves, tais como a doença de Alzheimer, de Parkinson, fibromialgia, etc., sendo igualmente válidas para outras doenças crónicas, debilitantes e lentamente progressivas, geralmente associadas a manifestações inflamatórias muito variadas (poli-articular, muscular, digestiva e urinária).
Infecções crónicas, como a doença de Lyme, também devem ser abordadas desta forma, associando, neste caso em particular, os mais modernos balanços biológicos capazes de determinar se a bactéria está viva, uma vez que a doença de Lyme é causada pela mordida de uma carraça, geralmente em zonas arborizadas, que transmite uma bactéria infecciosa. Esta infecção, se não tratada, pode resultar em febre, dores musculares, articulações inchadas e danos ao nível do cérebro e do sistema nervoso.”
Neste Outono, decorrerá em Boston a Conferência Científica Anual da Sociedade Internacional de Lyme e Doenças Associadas – ILADS 2019 – que contará com a presença do Dr. Louis Teulières como um dos principais oradores.
“Todas estas doenças, mas também os distúrbios menores da memória ou da atenção, estão frequentemente relacionados com doenças gerais, distúrbios metabólicos, infecções e inflamações crónicas.
O objectivo final é o de reduzir ao máximo todos os factores (tóxicos e alimentares) da inflamação, bem como combater infecções ou co-infecções e factores crónicos. Através de imuno-ensaios metabólicos selectivos, bem realizados, e exames bioquímicos que possibilitem a suspeita ou o diagnóstico de variadas outras doenças, pode ser aumentada a esperança de novas propostas terapêuticas.”
Segundo o nosso especialista, as patologias com maior ocorrência nas suas consultas estão ligadas a “desequilíbrios hormonais (qualidade da pele, ciclos e síndromes menstruais e pré-menstruais, menopausa, problemas de peso) e estágios inflamatórios crónicos (digestivos e articulares)”.
“Se uma pessoa apresentar queixas que incluam: aumento de peso, cansaço crónico, dores musculares e articulares que variam de local, pode e deve ser efectuado um perfil biológico, avaliando os sistemas fundamentais, de modo a permitir saber se estamos perante uma questão simples de desequilíbrio hormonal ou se devemos também ter em atenção consequências neurológicas ao nível neuro-vegetativo ou da harmonia dos neuro-transmissores, como de uma eventual infecção crónica de baixo nível, agravada por uma perturbação do sistema imunitário”, esclarece-nos o Dr. Louis Teulières.
Leia mais sobre a Imunoterapia:
https://www.health.harvard.edu/blog/immunotherapy-what-you-need-to-know-2019012215818
https://www.news-medical.net/health/What-is-Immunotherapy.aspx
https://www.cancer.net/navigating-cancer-care/how-cancer-treated/immunotherapy-and-vaccines/understanding-immunotherapy
17.10.2019